"ANDO CANSADA DA LOUCURA HUMANA. ANDO EXAUSTA DE TANTO CINISMO, MALDADE, PERSEGUIÇÃO AOS HOMENS DE BEM E IMPUNIDADE AOS PÉRFIDOS. CANSEI DO DRAMA DA JUVENTUDE QUE, LÚCIDA OU DROGADA, COMEÇA A ROUBAR E MATAR, ÀS VEZES COM REQUINTES DE CRUELDADE, AOS 12 ANOS - POUCO MAIS, POUCO MENOS: SE APANHADOS, NEM TODOS PODERÃO SER REINTEGRADOS NA SOCIEDADE. VOLTARÃO PARA NOVOS CRIMES."
O texto acima é de uma das mais respeitadas escritoras de nosso país: Lya Luft. A indignação desta ilustre senhora reflete o sentimento de todos nós brasileiros, impotentes e rendidos ante uma arma em nossa cara empunhada por um garoto de 9, 10 ou 12 anos. O número de delitos praticados por menores tomou uma proporção escandalosa em nosso país.
Muitos cometem estes delitos por conta e iniciativa próprias, outros são "testas-de-ferro" dos mais cruéis assassinos e traficantes, que escondem-se atrás desses instrumentos do horror. Vemos por exemplo o caso do menino João Hélio, arrastaddo pelas ruas da cidade até seu corpo dilacerar-se no asfalto: houve a participação de um desses menores.
O caso do casal em que a moça foi estuprada por diversas vezes e depois assassinada brutalmente, em um sítio: ato cometido por um menor de idade. Há pouco um menino de 14 anos confessou com a maior frieza ter matado dezessete pessoas, e acrescentou em sua confissão: "Matei, sim. E daí?". Há poucos dias outro menino, também de 14 anos, foi encaminhado mais uma vez para a Fundação Casa após o seu 17º furto de veículos. Ouvindo a notícia no rádio fiquei estarrecido quando a repórter entrevistou uma educadora e perguntou por que este menino ainda estava nas ruas, e obteve a seguinte resposta: "Nós o liberamos porque ele não representa nenhum perigo para a sociedade".
Acho que nesta frase infeliz da educadora o que tornou o seu efeito mais chocante foi sem dúvida a palavra "nenhum". Aqui no bairro onde moro, na metrópole do Rio de Janeiro, tivemos como vizinho um desses meninos que desde os seus 9 anos já apresentava todos estes sinais de marginalidade. O menino foi crescendo e cada ano em que sua idade aumentava os seus delitos aumentavam juntos: pequenos furtos, assaltos, formação de quadrilha, tráfico de drogas, assassinato e estupro. Sempre entrava nas chamadas "casas de correção" e logo estava nas ruas. Há pouco este menino, já com dezoito anos, matou um "comparsa" esmigalhando-lhe o crânio com uma pedra, por sentir-se lesado em uma divisão dos "bens" de seus trabalhos.
Que país vamos continuar preparando para as futuras gerações? Um país onde um menino de 16 anos pode mudar o destino político de toda uma nação com o seu voto e não pode ser devidamente penalizado e responder por seus delitos, muitas vezes os mais torpes possíveis paticados com os mais cruéis requintes bárbaros e sempre saindo ilesos de suas atrocidades.
Em outros países a idade mínima para levar um jovem ao tribunal é de 14 anos, 12 e até menos, enquanto aqui a farra corre desenfreada em embalos e baladas regadas a bebidas alcoólicas e drogas. Muitas drogas! Basta entrar numa dessas "raves" que acontecem por aqui que encontramos facilmente meninos e meninas drogados e bêbedos e praticantes inescrupulosos de verdadeiras orgias sexuais.
Há muito o jovem de 12 anos ou 13 deixou de ser aquela criança que tratávamos no aconchego seguro de nosso lar como nossos bebês mimados. Acabou! O menino ou menina desta idade hoje já conhece praticamente tudo, a informação lhes é dada através de todo meio de comunicação possível, o que não tínhamos em nosso idade, e ficávamos a mercê de informações vazias ou daquilo que nossos pais ou avós achavam conveniente nos oferecer.
No corre-corre de nossas vidas quem consegue ter tempo suficiente para controlar devidamente estes jovens? Tornou-se difícil, pois a companhia que sabíamos que nossos filhos estavam eram reais, e agora com as companhias virtuais? Há pais que não têm o conhecimento e habilidade nem de vasculhar as companhias virtuais de seus filhos nas redes sociais. Quantos crimes já demandaram daí? Há de surgir alguém com punho de ferro e mudar de uma vez por todas este nosso Judiciário arcaico e corrupto.
Alguém que tenha o caráter e o pudor de arrancar esta máscara da Justiça e mostrar-lhe a verdadeira face da humanidade. Vivemos em uma sociedade moderna, onde a evolução chegou já há muito tempo e continuamos com nossas leis da idade da pedra.
Os dramas morais protagonizados por nossos jovens estão se tornando uma constante e com os casos a cada dia mais alarmamantes e as manchetes ocupando cada vez mais destaques em nossos noticiários.
E a pena? E a correção? Se depender de nosso Judiciário vamos fabricar cada vez mais delinquentes, viciados e criminosos até que um dia tomem conta de nossas vidas tal qual aquele filme em que crianças com rostos e vozes angelicais dominam todo um território e aniquilam paulatinamente toda a população adulta.
Só que estas mesmas crianças mais tarde tornam-se também adultas e são aniquiladas também pelas novas crianças que saíram de sua próprias entranhas. Parece um filme de terror?
Não! Isto pode ser real nos dias de hoje e acontece diariamente quando uma dessas "crianças" encostam o cano de sua arma em nossas cabeças e nos tiram nossos pertences, nos expulsam de nossos carros e nos tiram a vida.