Eu a procuro,
Em meus pensamentos,
Mas nada encontro ali.
Nem uma sombra, nem um vestígio.
Como um fantasma ela surgiu,
Da mesma forma desapareceu.
Um fantasma nos meus sonhos?
Um berro de agonia,
Um clamado de ajuda,
Um grito de morte
Do escuro foram lançados.
Um belo ser
Da escuridão emergia.
Aquela face desconhecida
Para me olhava
Com certo temor.
Sem a boca abrir,
Falava do oculto
Coisas desconhecida ao homem.
Fiquei parado,
Tomado por a sua voz,
O corpo já não me pertencia.
Minha alma que por ali vagava,
Assistiu apavorada
Meu corpo marionete,
Atendendo aquele ser desconhecido.
Um som ao longe,
Em seguida uma queda,
E ali estava meu corpo
Estendido no chão,
Caído aos pés da face feminina,
Já não pertencia a esse mundo.
Ela olhava para meu corpo
Com um ar de soberania e pavor.
Derramando meu sangue em uma taça,
Tomou-o sem respirar,
Deliciando-se com o sacrifício.
Minha alma pairava no ar,
Petrificada com o que havia visto.
Como uma face divina
Poderia ser autora de ato tão macabro.
A “divindade” sentiu ao longe,
O medo de minha alma,
E indagou:
Pobre criatura, que tão pouco entende,
Não sou cruel,
Já vens a esse mundo
Morto de nascença.
Vistes que a beleza é apenas uma ilusão,
No entanto,
O poder pode-se encontrar em quaisquer mãos.
Como tua alma fez do teu corpo,
Desprenda-se do mundo,
Viva livre, viva solto, viva e viva.
O poder está em todos,
E não em quem aparenta!
Uma luz, um vento o frio.
Outro som, agora estridente,
Acorda-me.
Tudo fora apenas um sonho!?!
Um belo ser na escuridão,
Um fantasma em meus sonhos?
O berro foi de agonia,
O clamado de ajuda,
O grito de morte
Do escuro foram lançados,
Por uma alma,
Alma que há muito tempo viveu na luz,
Mas perdeu a vida para o medo:
Medo de desprender-se,
Medo de pensar,
Medo de sua aceitação.
Somos o que somos, e nada mais.
Temos o livre arbítrio,
Que por nenhum homem pode ser retirado.
O berro foi ouvido,
O clamado atendido
O grito silenciado.
Hoje vivo sem medo,
Apenas com pena de suas almas
Pobres coitados,
Ainda presos e condenados,
A esse mundo desgraçado
Que por a mão dos que aparentam
Ainda totalmente controlado...
por: Neto lucena....
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